Após quase 7 anos desenvolvendo estruturas mais leves para as Paredes de Alpinismo, chegamos a uma estrutura de andaimes, seguras e que além de serem mais leves, reduziríamos o tempo de montagem substancialmente facilitando assim também o transporte .
Fixávamos os compensados diretamente nos andaimes eliminando os pontaletes que seríam usados apenas nos negativos, positivos e tetos.
Fui chamado pelo Rafael da Nova Agência para desenvolver uma parede para a Souza Cruz no projeto ” No Limits ” de Hollywood. o desafio seria montar uma parede em 02 dias na Festa do Peão de Boiadeiros de Barretos.
A equipe era outra, mais enxuta, éramos eu o Johnny e o Américo escaladores e o Tio Fê, montador que já trabalhava conosco há anos.Era uma quarta feira quando fechamos o contrato e na sexta já estávamos descarregando o caminhão em barretos.
Chegamos por volta de meia noite, para descarregar, pintar as madeiras na cor desejada, e montar, a excitação era enorme por participar de um projeto desta envergadura e aceleramos pois o nosso prazo de montagem era até as oito da manhã, um baita desafio, mas encaramos com todo o profissionalismo possível, nem fomos procurar uma casa para nos hospedar, fomos direto para o Parque do Peão e caímos dentro da montagem.
Eram 7 de manhã quando estávamos colocando as últimas agarras e finalizando a Parede, sim 7 horas apenas de montagem para uma parede de oito metros de altura e 03 vias de escalada simultânea, ao final cada um deitou num canto para tentar descansar um pouco até a chegada dos produtores.
Fomos acordados, por uma música alta, era o Dinho Pessoa testando o som do stand, aos poucos fomos nos apresentando ao produtores: Silvio Soares, Flávio Alves, Wagner cabeção e ao Dinho, pouco depois com a chegada do Diretor de Produção Irineu Rocha, que mais adiante viria a ser meu mentor e professor em produção começamos decorar o espaço.
Terminamos a decoração e corremos até a cidade para procurar um lugar para nos hospedarmos, após várias visitas encontramos uma casa perfeita, banho tomado, engolimos algo e voltamos para o Parque já que o evento iniciaria as 17:00.
Após o briefing inicial, soubemos do receio do cliente Alexandre Aragão em expor as pessoas do público a um esporte até então inusitado e o medo era com a segurança do público ficou decidido então que á princípio seriam apenas demonstrações feitas por nós mesmos de hora em hora, confesso que isso nos frustou um pouco.
No horário determinado o Dinho deu um gás no som de “Pumpkin and honey bunny” do filme Pulp Fiction, muito strobo, máquina de fumaça e começou a apresentação o Johnny na via do meio que era negativa forçando as dificuldades e descendo pela corda de cabeça para baixo e eu subindo na via do positivo com os olhos vendados, foi um sucesso imediato todos queriam experimentar.
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